Defasagem salarial de 36,93% agrava perdas com o congelamento das progressões dos professores

Os professores da Universidade Estadual da Paraíba- UEPB já acumulam uma defasagem salarial de 36,93% em seus salários. O percentual foi constatado num levantamento realizado pelo Escritório Estadual do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos – Dieese. O impacto da defasagem se soma as perdas resultantes da suspensão das progressões de carreira desde 2016 e do aumento da contribuição previdenciária.

Segundo o levantamento do Dieese, de 2010 até 2020 os professores da UEPB não conseguiram repor as suas perdas salariais em sua totalidade exceto em 2010, 2011 e 2020. Em janeiro de 2010 observou-se um reajuste de 5%, frente a uma inflação de 4,11%, produzindo assim um ganho real de 0,85%. Em 2011, os docentes tiveram também um ganho real de 1,9%, a partir de um reajuste de 8,5%, diante de uma inflação de 6,47%. Em janeiro de 2020 foi aplicado um reajuste de 5% diante de um INPC de
4,48%, com um ganho de apenas de 0,5%.

Estudo da defasagem salarial realizado pelo Dieese não levou em conta que os professores da UEPB também registraram perdas no poder de compra de seus salários em 2020, quando passaram a contribuir com a previdência estadual com 14%, ao invés dos 11%, em decorrência da reforma da previdência promovida pelo Governo do Estado.

O levantamento do Dieese foi elaborado para a data base dos professores, em 1º de janeiro, que devido a proibição do Governo Federal está suspensa para todos os servidores públicos até 2022.

Progressões.

As progressões dos professores e servidores técnico-administrativos da UEPB estão congeladas desde 2016, em decorrência da lei 10.660/2016, aprovada pelo governo Ricardo Coutinho, que também estendeu a medida para todas as carreiras do executivo estadual. A ADUEPB e o SINTESPB tentam desde julho de 2019 concluir uma negociação com o Governo do Estado para descongelar as progressões.

Imposto

A presidenta da ADUEPB, Mauriene Freitas, ressalta que a realidade salarial da categoria tem ficado cada vez pior nos últimos anos pois, além da defasagem salarial e da perda do poder de compra, os professores acumulam descontos de quase 50% em seus salários, quando são somados o Imposto de Renda na fonte (27%) e a contribuição previdenciária (14%).

Fonte: ADUEPB – 22/02/2021

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