Com a vida não se brinca!
Diante da possibilidade de reabertura do comércio e do relaxamento do isolamento social em Campina Grande, nós, abaixo assinados, queremos manifestar que somos contra tal medida e reforçar, em nome da vida e da saúde pública, a necessidade de que se prolongue o isolamento social na nossa cidade, seguindo as recomendações da OMS.
Sabemos que a crise da COVID-19 agrava e aprofunda o problema econômico-social já existente e anterior à pandemia, com destaque para o desemprego e a falta da renda, pelo que somos a favor de que o Governo Federal, que possui os instrumentos necessários para garantir o apoio econômico aos brasileiros, às empresas e aos governos locais, assuma suas obrigações e responsabilidades e busque soluções para conter e superar a crise.
Cobramos a implementação urgente da Renda Básica como auxílio emergencial, o acesso amplo a EPIs, testagem em massa, ampliação do crédito para as micro, pequenas e médias empresas, renegociação das dívidas e ampliação de prazos de pagamentos, manutenção do emprego com contrapartida do governo, diminuição dos juros e a taxação das grandes fortunas.
Ao Governo Estadual e Municipal cabe a ampliação do número de leitos hospitalares, a capacitação dos profissionais de saúde e fornecimento de equipamentos e EPIs, o apoio à pequena e média empresa com avaliação sobre isenção ou diminuição dos impostos locais, medidas de determinação e controle do isolamento social, assistência social e econômica aos mais pobres e carentes de condições mínimas de higiene e proteção.
Quem faz o discurso de que o isolamento social precisa ser relaxado para evitar o desemprego e a crise econômica trabalha contra a vida, pois quem estará na linha de frente do comércio, por exemplo, serão os trabalhadores e trabalhadoras que terão de usar o transporte público abarrotado diariamente, tendo que esperar nas paradas de ônibus aglomeradas e, com isso, fazendo aumentar os riscos de contaminação. Defender a reabertura do comércio e de setores não essenciais neste momento, portanto, é defender a morte. É uma irresponsabilidade e pura ganância.
O isolamento social, neste momento, não é para curar o vírus, que ainda não tem um tratamento certo, um medicamento exato ou vacina contra ele. É, sim, para possibilitar que os números de infectados e internações se mantenham baixos.
É preciso também considerar a importância do SUS neste processo, mostrando a relevância de um sistema público, eficiente e de qualidade para a população, assim como reconher o valor dos profissionais de saúde no combate à pandemia.
É hora de agirmos juntos, toda a sociedade, trabalhadores, empregadores, organizações sociais e poder público para, unidos, superar e garantir o maior bem que temos, que é a VIDA!
Campina Grande, 14/04/20.
Assinam:
Coordenação do Fórum Pró Campina
Frente pelo Direito à Cidade de Campina Grande
Prof Rangel Júnior – Reitor da UEPB
Prof. Edmundo Gaudêncio – UFCG
Wilton Maia – STIUP
Socorro Ramalho – CUT/PB / SINTEEP
Joaquina Amorim – Presidente do Conselho Municipal de Saúde
Davi Lobão – SINASEFE
Fernando Jordão – UCES
José Irelanio Ataide – ADUFCG
Chirlene dos Santos Brito – Secretaria geral da Associação das trabalhadoras de campina Grande e secretaria da mulher do sindicato dos Empregados domésticas do Estado da Paraíba
Eleumar Meneses Sarmento – Presidente do Sindicato dos Médicos de Campina Grande e Região
Mauriene Freitas – ADUEPB
Centro de Ação Cultural – CENTRAC
Associação de Juventudes, Cultura e Cidadania – AJURCC
Unidade Popular – UP
O Sinttel-PB
Movimento Luta de Classes-MLC
Giovanni Freire – SINTAB
José Roberto Barbosa – SINTENP
Sindvigilantescg
Esdras Luciano – Presidente do Sindicato dos Bancários
José Nascimento Coelho – Presidente do Sindicato dos Comerciários
Força Sindical
Marli Melo Nascimento- Sindicato dos Metalúrgicos
Antonio Ferreira Nascimento – ACI
Edimir Bernardes – Sindicato dos Vigilantes
Conselho Estadual dos Direitos Humanos da Paraíba
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