Reitoria da UEPB edita portaria com cortes que inviabilizam atividades da instituição

A Reitoria da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) publicou, na última semana (16), a Portaria 246/17, que apresenta uma série de cortes de investimentos, atacando diretamente a assistência estudantil e as condições de pesquisa e extensão da instituição. Antes, a administração da UEPB já havia anunciado a demissão de 120 professores substitutos e cancelado a chamada de 2700 estudantes de graduação, que entrariam na universidade no segundo semestre de 2017.
Entre as medidas previstas na portaria da Reitoria da UEPB estão: a suspensão, por pelo menos seis meses, do pagamento de horas extras, de transporte para estudantes, de diárias e ajudas de custo; a limitação de passagens áreas para pró-reitores; redução de 25% de contratos terceirizados, excetuando segurança; congelamento de auxílio alimentação e saúde nos valores de 2016; congelamento de gratificações de acordo com os valores de 2010, entre outras medidas de arrocho.
Ambas as medidas da Reitoria são uma resposta à divulgação do orçamento anual da UEPB por parte do governo paraibano, de R$ 290 milhões, R$ 27 milhões a menos do que o próprio governo havia previsto, R$ 317 milhões. Os docentes da UEPB estão em estado de greve desde o dia 7 de dezembro de 2016. Eles acumulam uma perda salarial de 23,61% e estão com suas progressões funcionais congeladas desde janeiro do ano passado. Agora, a luta contra a portaria, contra as demissões e contra o fechamento de vagas também está no centro da pauta da categoria.
Nelson Júnior, presidente da Associação dos Docentes da UEPB (Aduepb – Seção Sindical do ANDES-SN), afirma que os docentes realizaram uma avaliação preliminar da portaria e se posicionaram de forma contrária à medida da Reitoria. “Há um corte muito forte na assistência estudantil e nas atividades de pesquisa e extensão. Para reduzir custos, a Reitoria acaba reduzindo a qualidade e o tamanho da universidade”, critica o docente.
“Estamos buscando a construção de comitês de defesa da UEPB. Já começamos a nos reunir com prefeitos e vereadores das oito cidades nas quais há campi da universidade”, completa Nelson. De acordo com o presidente da Aduepb-SSind, a categoria está realizando paralisações de um dia, toda semana, contra os cortes e contra a portaria. As próximas paralisações estão programadas para os dias 23 e 28. Uma assembleia agendada para o início de abril deve decidir os rumos da mobilização dos docentes da universidade.
Fonte: ANDES-SN – 22/03/2017
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