A diretoria da ADUEPB está repudiando a iniciativa da Polícia Militar da Paraíba de tentar prender, na tarde de ontem, sem nenhuma ordem judicial, uma aluna e o diretor do Campus III, Waldeci Ferreira, da UEPB, em Guarabira, com a alegação de depredação do patrimônio Público. A estudante estava escrevendo numa parede do campus destinada a colagens e grafites, quando foi abordada por uma guarnição da PM.
Segundo do diretor do Campus, um ex-aluno do Centro e ex-professor substituto, que hoje é policial militar, ligou na manhã de ontem alertando que o prédio da instituição estava com várias “pichações” nas paredes e que a direção do centro deveria realizar a pintura, pois aquilo era uma depredação do patrimônio público.
O diretor explicou ao policial que a parede onde existem pinturas e grafites é uma área destinada para tipo de expressão da comunidade acadêmica. O PM disse que se as pinturas não fossem apagadas acionaria a justiça contra o professor Waldeci Ferreira, que discordou mas afirmou que continuaria aberto ao diálogo.
No final da tarde, o diretor foi avisado da presença do policial e de uma guarnição no local destinado as pinturas, as mensagens e aos grafites. Quando foi até o encontro dos PMs se surpreendeu com o militar dando voz de prisão para uma estudante que escrevia uma frase na parede.
Waldeci disse ao PM que ele não tinha mandado judicial para realizar a prisão de ninguém no local e que nenhum crime estava sendo praticado naquele momento. O policial então deu voz de prisão para o diretor e este informou que só iria preso com todos os participantes do evento que ocorria no campus.
Diante do impasse, uma professora que participava do evento conseguiu convencer o PM que nenhuma irregularidade ou ilegalidade ocorria no local e a guarnição retirou-se, mas várias viaturas da Polícia circularam no Campus, mesmo sem receber nenhum chamado durante nas horas seguintes ao fato.
ADUEPB
Ao tomar conhecimento da violência e do constrangimento sofrido pela estudante e pelo diretor de centro, a diretoria da ADUEPB repudiou a iniciativa e se solidarizou com ambos. O diretor presidente da entidade, Nelson Júnior, também reuniu-se, na noite de ontem (26/10), com a direção de centro, a presidência da OAB em Guarabira e a aluna e colocou a Assessoria jurídica da entidade à disposição para quaisquer medidas judiciais que eles decidam adotar.
Nelson Júnior avalia que a iniciativa da guarnição da PM de entrar no Campus de Guarabira, sem nenhuma solicitação da direção da universidade e a tentativa de prender uma estudante e o diretor de centro sem nenhum mandado judicial, representam um ataque a autonomia da instituição e um abuso de autoridade.
O presidente da ADUEPB também ressalta que o utilizar a justificativa de suposta depredação do patrimônio público para impedir a livre manifestação da comunidade universitária é uma clara tentativa de proibir a liberdade de expressão.
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