Os 100 anos da Primeira Greve Geral no Brasil’ será o tema de um debate promovido pelo Comando de Greve dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que acontece na manhã dessa quinta-feira (27). O evento será realizado no Hall de entrada da Central de Integração Acadêmica (CIAC), localizada no Campus I da UEPB, no bairro de Bodocongó, em Campina Grande.
A mesa redonda sobre ‘Os 100 anos da Primeira Greve Geral no Brasil’ está prevista para começar às 9h, mas antes disso, às 8h, haverá uma oficina de cartazes, confecção de camisetas e exibição de fotos sobre o tema do debate, engajando professores, técnicos administrativos e alunos. Conforme a organização do evento, o principal objetivo da atividade é falar sobre o que foi a Greve Geral de 1917, construindo um paralelo com as lutas enfrentadas pelos trabalhadores até o momento. Os palestrantes serão os professores Marcelo Sitcovsky(UFPB), Vladimir (UFPB) e Lurdes Sarmento(UEPB)
“A gente vai ter a oportunidade de debater a greve e de entender a importância desse instrumento de luta na conquista de direitos e também na manutenção de direitos conquistados anteriormente. Nesse dia, tentaremos mobilizar a categoria em torno da nossa participação na Greve Geral de sexta-feira”, destacou o professor Edson Holanda, integrante do Comando de Greve dos Docentes da UEPB.
A paralisação de 1917 fez parte do movimento que culminou na aprovação da legislação trabalhista, que garantiu alguns dos princípios de direitos hoje ameaçados pela contrarreforma Trabalhista, PL 6787/2016, proposta pelo governo de Michel Temer. A proibição do trabalho de menores de 14 anos e o pagamento de 50% no caso de horas extras são alguns dos direitos adquiridos a partir de reivindicações dos trabalhadores em razão da Greve Geral de 1917.
Localizada principalmente na região Sudeste do país, a paralisação de 1917 durou mais de um mês e não foi pensada originalmente para ter um caráter geral. Um dos estopins da generalização da greve foi a morte do operário espanhol José Ineguez Martinez, causada pelas forças policiais.
Outras Greves Gerais
Além da Greve Geral de 1917, os trabalhadores brasileiros ainda realizaram três outras greves gerais no decorrer dos últimos cem anos. Em 1983, no governo João Figueiredo, em plena ditadura empresarial-militar no Brasil, trabalhadores reivindicaram o fim do arrocho salarial, da especulação financeira e da submissão ao Fundo Monetário Internacional e exigiram mais investimentos públicos.
Durante o governo de José Sarney, duas outras grandes greves pararam o país. Em 1986, aproximadamente, 25 milhões de trabalhadores do campo e da cidade protestaram contra o congelamento de salários, o pagamento da dívida externa e a favor do fortalecimento de empresas estatais. Já em 1989, cerca de 35 milhões de trabalhadores saíram às ruas, nos dias 14 e 15 de março, contra alterações no índice de rendimento da caderneta de poupança, congelamento de salários e a criação de uma nova moeda.
*Com informações do o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)
Posts Relacionados
-
Assembleia da ADUEPB define reivindicação de 18,73% de reposição salarial para data-base 2025 e escolhe delegação ao 43º Congresso do ANDES-SN
-
ADUEPB solicita mesa de negociação sobre data-base 2025 e reposição de 18,73%
-
ADUEPB participa de sessão da ALPB sobre orçamento 2025, cobra o cumprimento da Lei de autonomia, pagamento do retroativo e reposição salarial
-
STF decide pela constitucionalidade de emenda que flexibiliza regime de contratação no serviço público
-
III Jornada de Assuntos para Aposentadoria do ANDES-SN aprofunda temas sobre reformas previdenciárias e fundos de pensão