Milhares de manifestantes do ANDES-SN e das suas seções sindicais, em conjunto com a Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul, com o Fórum pelos Direitos e Liberdades Democráticas e organizações estudantis, de juventude, populares e de trabalhadoras e trabalhadores participaram, nesta sexta-feira, 1º de abril, do ato “Pelas Liberdades Democráticas e em Defesa do Serviço Público” em Porto Alegre (RS). A data de hoje marca 58 anos do início da ditadura empresarial-militar no país, que perdurou por 21 anos.
Pela manhã, as e os docentes, que estiveram no 40º Congresso do ANDES-SN ao longo da semana, e demais participantes se reuniram em frente ao prédio do Instituto de Educação, localizado próximo ao campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Dali, seguiram em caminhada pelas ruas da cidade até o Palácio Piratini, atual sede do Poder Executivo estadual, localizado no Centro Histórico da capital gaúcha.
Durante o trajeto do ato, que reuniu cerca de 2mil pessoas, palavras de ordem foram entoadas pelo fim do governo Bolsonaro, em defesa da democracia, dos serviços públicos e dos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores. No carro de som, representantes das entidades chamavam atenção da população acerca da realidade vivida no país, de carestia e pobreza, com o aumento abusivo nos preços dos combustíveis e da alimentação.
Em frente ao palácio, e ao lado da Assembleia Legislativa do Estado do RS, as e os manifestantes cobraram do atual governador do Rio Grande do Sul e das e dos parlamentares estaduais a valorização das servidoras e dos servidores públicos. As e os representantes das entidades, fóruns e movimentos fizeram uma retrospectiva da luta em defesa dos serviços públicos, por reposição salarial emergencial, pela revogação imediata da Emenda Constitucional 95 – do Teto dos Gastos – e pela rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, da reforma Administrativa.
Milton Pinheiro, presidente do ANDES-SN em exercício, destacou a importância da luta das servidoras e servidores públicos do estado, e também da mobilização do funcionalismo federal, por reposição salarial, em defesa da universidade pública e da Ciência e contra o obscurantismo e negacionismo que têm atacado, segundo ele, o povo brasileiro.
“Estamos aqui em frente ao poder da burguesia, que durante muitos anos tem atacado os interesses da classe trabalhadora. Governos reacionários e burgueses do Rio Grande do Sul, que se especializaram em reformas neoliberais para atacar os direitos da população. Mas assim como resistimos à ditadura militar, nós resistimos e resistiremos a esses governos. O ANDES-SN esteve durante essa semana no seu 40º Congresso, que definiu pautas importantes em defesa da educação, do serviço público, da qualidade de vida da população brasileira, contra a fome, a miséria e a carestia, contra o desemprego e por um projeto da nossa classe, consubstanciada na articulação de todas as forças do campo proletário popular para enfrentar Bolsonaro e a burguesia”, disse.
Edivania Santos Alves, diretora-geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa – Seção Sindical do ANDES-SN) reforçou em sua fala que a luta docente não é apenas contra a privatização dos serviços públicos e o sucateamento das universidades, mas também contra aquelas e aqueles que estão incendiando a Amazônia, invadindo as terras indígenas, atacando os ribeirinhos e as comunidades quilombolas, camponeses, extrativistas e agricultores. “É muito importante colocar essa pauta na centralidade da nossa luta”, afirmou.
Patrick Veiga, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRGS, ressaltou a importância da data 1º de abril para a história de luta do país. “Hoje é um dia muito importante, que marca a nossa luta contra uma ditadura que se recusa a morrer, através do seu legado vivo e violento, e que é defendida pelo presidente do país, Jair Bolsonaro, um genocida. Nós sabemos o motivo dele defender a ditadura. Ele queria restringir as liberdades democráticas, expurgar professores, fechar o Parlamento e STF. Essa era a vontade dele, mas foi barrada pelas mobilizações realizadas em 2019, com o ‘Tsunami da Educação’ e pelo ‘Fora Bolsonaro’. E é com essa unidade que vamos barrar os ataques das reformas, da EC 95, da PEC 32. É preciso muita luta, muita unidade para derrotar Bolsonaro e o seu projeto neoliberal”, disse.
Para Cesar Beras, 1º secretário da Regional Rio Grande do Sul do ANDES-SN, o governo Bolsonaro representa o machismo, o racismo e o negacionismo. “A nossa pauta é por reposição salarial e ela encarna a necessidade de termos outro projeto que não é do Capital, do mercado, mas que afirma a nossa condição humana”, pontuou.
Na avaliação de Fabiano Zalazar, coordenador-geral do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do RS (Sindjus RS) e um dos representantes da Frente dos Servidores Públicos do Estado do RS, é fundamental a unidade entre as servidoras e os servidores públicos das três esferas e de toda a classe trabalhadora. “Neste momento é a pauta salarial que nos une, antes foi a luta contra a PEC da reforma Administrativa. A luta da classe trabalhadora é uma só. Nós temos que ter a consciência de que a unidade é fundamental nesse momento de ataques protofascistas, que vêm retirando direitos da classe trabalhadora, destruindo os direitos sociais e acabando com a educação”, afirmou.
Zalazar ainda reconheceu o esforço do ANDES-SN na convocação do ato e das demais categorias de trabalhadoras e trabalhadores da justiça, que se uniram a mobilização.
Acompanhe a cobertura do 40º Congresso do ANDES-SN
Fonte: ANDES-SN – Publicado em 01 de Abril de 2022 às 15h12
Posts Relacionados
-
Assembleia da ADUEPB define reivindicação de 18,73% de reposição salarial para data-base 2025 e escolhe delegação ao 43º Congresso do ANDES-SN
-
ADUEPB solicita mesa de negociação sobre data-base 2025 e reposição de 18,73%
-
ANDES-SN lança campanha “Lutar não é crime”
-
ADUEPB participa de sessão da ALPB sobre orçamento 2025, cobra o cumprimento da Lei de autonomia, pagamento do retroativo e reposição salarial
-
Começa o III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação no Rio de Janeiro