“Chegou a nossa hora de legalizar o aborto”, foi com esse lema e fazendo alusão à conquista das trabalhadoras argentinas, que conseguiram aprovar na Câmara um projeto que garante esse direito, que em pelo menos sete cidades do Brasil, mulheres protestaram no dia 22 de junho.
Caroline Lima, uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política de Classe para Questões de Gênero, Étnico-raciais e de Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES-SN, afirma que as recentes vitórias do movimento de mulheres pela legalização do aborto, como as da Argentina e da Irlanda, influenciam positivamente as lutas no Brasil. “Há uma grande disposição de luta das mulheres brasileiras para legalizar o aborto e pela defesa dos próprios corpos”, comenta. A docente ressalta que o ANDES-SN tem se debruçado sobre o tema e que, nos próximos dias do 63º Conad, que está sendo realizado em Fortaleza (CE), os docentes debaterão e deliberarão ações do Sindicato Nacional em defesa do aborto legal, seguro e gratuito.
Os atos
O Movimento Mulheres em Luta (vinculado à CSP-Conlutas) participou dos atos pelo direito ao aborto legal, assim como outros movimentos feministas. As cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Maceió, Londrina, Santa Maria e Porto Alegre registraram manifestações com a reivindicação de que o aborto seja legal, seguro e gratuito.
Em São Paulo, apesar de o ato ter sido marcado no mesmo dia do jogo do Brasil na Copa, pelo menos duas mil pessoas participaram. Palavras de ordem como “O corpo é nosso, é pela vida das mulheres, legaliza”, “Se a gente se unir, o patriarcado vai cair”, “Que contradição, aborto é crime, homofobia não, legaliza”, “Se o aborto não passar, a mulherada vai parar” e “Cadê o homem que engravidou? Por que a culpa é da mulher que abortou?” eram ouvidas durante todo o percurso da manifestação que percorreu toda a consolação saindo do vão do Museu de Artes de São Paulo (Masp).
As trabalhadoras marcharam com o objetivo de impulsionar o debate na sociedade brasileira e enfrentar os setores conservadores que tentam impor uma criminalização ainda maior às mulheres brasileiras, proibindo o aborto mesmo nos casos de estupro, de risco a vida da mãe ou em fetos anencéfalos. Segundo dados do Ministério da Saúde de 2016, todos os dias quatro mulheres morrem no Brasil vítimas de abortos ilegais e inseguros. Neste sentido, as manifestações também abordaram o aborto enquanto saúde publica.
No país vizinho, as mulheres estão a um passo de conquistar esse direito. O projeto ainda precisa ser discutido no Senado, e a previsão é que a votação final ocorra no início de agosto. Depois, o presidente Maurício Macri ainda tem que promulgar a lei.
Com informações da Ponte Jornalismo e edição e inclusão de informações de ANDES-SN
Fonte: CSP-Conlutas – 01/07/2018
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