Governo não apresenta proposta e docentes da Uern mantêm greve

Segmentos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) foram recebidos, na manhã de segunda (05) por membros do governo estadual, em Natal, para debater os atrasos no pagamento de salários. O governador Robinson Faria (PSD) não esteve presente na audiência, sendo representado pela chefa de Gabinete, Tatiane Mendes Cunha, pelo Controlador Geral do estado, Alexandre Azevedo, e pelo Secretário de Administração, Cristiano Feitosa. Docentes e servidores da Uern estão em greve desde novembro do ano passado contra os atrasos.
Participaram da reunião a presidente, o tesoureiro e o assessor jurídico da Associação dos Docentes da Uern (Aduern – Seção Sindical do ANDES-SN), Rivânia Moura, Valdomiro Morais e Lindocastro Nogueira, respectivamente; o estudante e coordenador de formação política do DCE, Paulo Sérgio; o presidente do Sintauern, Elineuldo Melo; o reitor da universidade, Pedro Fernandes, membros dos Comandos de Greve de docentes e técnico-administrativos, Josevaldo Cunha, da direção nacional do ANDES-SN e a deputada estadual Larissa Rosado (PSB).
Rivânia Moura, presidente da Aduern-SSind, iniciou a discussão apresentando a situação dos professores e professoras da Uern, que até o momento ainda não receberam os salários de dezembro/2017, janeiro/2018 e o 13º referente ao ano passado. Ela destacou a total falta de condição para que a universidade volte a funcionar plenamente, sem que haja o pagamento dos atrasados e a definição de um calendário para o pagamento dos próximos meses. A representante dos docentes ressaltou que a greve continua e que, sem salários, não se pode esperar que a categoria volte a trabalhar.
Elineudo Mello lembrou que os técnicos-administrativos da Uern também vêm sofrendo com os constantes atrasos salariais e que muitos não têm mais condição de se locomover para o trabalho ou de garantir os mantimentos básicos.
O reitor da Uern, Pedro Fernandes, cobrou informações acerca da federalização da universidade. Ele afirmou que não foi chamado para nenhuma discussão com o governo sobre a temática e que soube desta possibilidade por meio dos veículos de imprensa. O secretário Cristiano Feitosa e o Controlador Alexandre Azevedo negaram que a Uern será federalizada e disseram que a informação foi utilizada de maneira equivocada pela mídia local. A chefa de gabinete, Tatiane Mendes, reiterou que o assunto nunca foi debatido pela cúpula do governo.
Sobre os atrasos salariais, Tatiana foi incisiva em afirmar que não houve nenhuma alteração no quadro financeiro. Ela destacou que os atrasos continuarão pelos próximos meses e o pagamento seguirá sendo feito através das faixas salariais (como já acontece desde 2016). “Não tenho muito a oferecer, nem nada a apresentar de novo. Vamos ter que aguardar um pouco mais para encontrar uma solução conjunta para essa crise”, afirmou.
Sobre o pagamento do 13º salário, Tatiana explicou que estão sendo feitas negociações com os bancos para que os servidores façam um empréstimo consignado, que será pago integralmente aos servidores e servidoras e quitado junto aos bancos pelo governo em parcelas.
Diante do resultado da audiência, na qual não foram apresentadas propostas para os pontos discutidos, o movimento grevista seguirá intensificando a luta contra a retirada de direitos. Na avaliação da Aduern-SSind, somente a pressão sobre o governo fará com que haja melhoria no quadro vivenciado por todo o funcionalismo público potiguar, e, para tanto, se faz necessário ampliar a mobilização junto aos servidores estaduais.
Edição de ANDES-SN com imagem de Aduern-SSind.

Fonte: Aduern-SSind – 08/02/2018

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