Diretoria da entidade reafirma ainda a reivindicação de vacina pública e gratuita para todas e todos e a posição contra o retorno presencial às atividades escolares antes da vacinação da população
Ao completar um ano desde o primeiro caso registrado de Covid-19 no país, o Brasil alça diariamente as maiores médias móveis de óbitos e contaminação desde o começo a pandemia. Atualmente, concentra 13.5% dos casos e 12.5% dos óbitos mundiais pelo novo coronavírus.
“Esta situação trágica não é fruto do acaso, mas resultado lógico de um conjunto de políticas negacionistas, de opções deliberadas do governo Bolsonaro, que estimula a contaminação, utilizando-se dos mais diversos recursos: disseminação de inverdades, restrição dos testes, minimização dos riscos, propagação de medicamentos comprovadamente ineficazes, comemoração dos “recuperado(a)s” e omissão das sequelas, desestímulo ao uso de máscaras, sabotagem das medidas de contenção, estímulo a aglomerações, e muitos outros absurdos”, afirma a Diretoria Nacional do ANDES-SN, em nota divulgada no último sábado (27/2).
Segundo o documento, diversos estudos, como o levantamento do Lowy Institute (Austrália) e o relatório Direitos na Pandemia (Conectas/FSP-USP), apontam a ineficácia do governo federal no combate à pandemia e demonstram que Jair Bolsonaro executou uma política deliberada de propagação do vírus.
Diante desse cenário, o ANDES-SN, mais uma vez, se manifesta em defesa da vida acima dos lucros, cobrando um isolamento social imediato e nacional, com auxílio emergencial digno e a manutenção dos empregos, para diminuir a circulação de pessoas e, consequentemente, a disseminação do vírus.
De acordo com a diretoria do Sindicato Nacional, as medidas de contenção da pandemia, colocadas em prática por governos estaduais e municipais e distrital, são fragmentadas e insuficientes, e não configuram efetivamente um lockdown. Muitas vezes limitam-se apenas a ações de redução de danos, que buscam diminuir os índices de contágio somente quando há uma elevada ocupação de leitos hospitalares.
“É necessário ter uma política de contenção efetiva. Nenhum país do mundo teve êxito no combate à pandemia sem uma política nacionalmente coordenada. Não é possível seguir tolerando um governo negacionista, que banaliza a morte. Existem inúmeras experiências que mostram que um lockdown efetivo, nacionalmente organizado, é capaz de impedir a transmissão comunitária. É o caso de inúmeros países, como China, Taiwan, Nova Zelândia, Austrália, Tailândia e muitos outros”, aponta o documento.
Para a diretoria do ANDES-SN, a superação da pandemia só é possível por meio da imunização coletiva produzida pela vacinação em massa. E o retorno às aulas sem a prévia vacinação é um completo absurdo, que expõe ao risco de adoecimento e morte estudantes, professoras/es, trabalhadoras/es da educação e suas famílias, além de aumentar a possibilidade de disseminação do vírus entre toda a população.
“Estamos à beira do colapso generalizado da saúde, com 15 estados com mais de 90% de ocupação hospitalar. Não é possível esperar um dia a mais, é necessário estabelecer imediatamente um rigoroso lockdown nacionalmente coordenado. Isto significa o estabelecimento de rigorosas medidas voltadas à redução da circulação, em todo o território nacional e por tempo suficiente para produzir uma radical diminuição do número de casos ativos. Para que tais medidas sejam viáveis e efetivas, é indispensável que sejam acompanhadas pela prorrogação da Renda Emergencial e sem a redução dos valores, de forma a garantir a sobrevivência com dignidade de todo(a)s o(a)s brasileiro(a)s”, cobra a diretoria do Sindicato Nacional.
Confira aqui a íntegra da nota.
Fonte: ANDES-SN – Publicado em 01 de Março de 2021 às 18h03
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