Docentes encerram greve na Uern, e seguem em luta por dignidade

Na última sexta-feira (16), em uma assembleia extremamente concorrida e que contou com uma das maiores participações da categoria nos últimos anos, foi definido o fim do movimento grevista dos docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), iniciado no dia 10 de novembro de 2017.
A decisão apertada – 175 votos a favor do fim da greve, 161 pela sua continuidade e três abstenções – e deixou explícita a importância do debate interno e do confronto de ideias promovido pelo sindicato durante todo o movimento grevista e, ainda, o sentimento de toda a categoria de que é preciso continuar lutando pela universidade, pela regularização dos salários (pagos em atraso desde janeiro de 2016) e pela defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. As falas de professores e professoras como um todo defenderam a manutenção de um estado de vigilância e mobilização permanente.
A categoria aprovou a criação de um comando permanente de mobilização que irá dar continuidade as ações propostas pelo Comando de Greve docente, garantindo que a luta por condições dignas de trabalho e de estudo não se encerrará com o fim do movimento grevista.
A Associação dos Docentes da Uern (Aduern Seção Sindical do ANDES-SN) enviou ao governo, na última terça-feira (13), uma proposta para garantir a regularização dos salários dos professores e professoras da universidade. A proposta já se encontra com o executivo estadual e a negociação segue sendo pauta prioritária da direção sindical. Os professores da Uern ainda aguardam pelo recebimento do salário de fevereiro e do 13º referente ao ano de 2017.
Segundo Rivânia Moura, presidente da Aduern SSind., embora o movimento grevista não tenha conseguido o pagamento dos salários atrasados, nem o estabelecimento de um calendário para a regularização dos mesmos, a greve registrou importantes avanços. “Todo o processo da greve foi muito tensionado pela administração da universidade. Tivemos, por um lado, a ausência de resposta do governo e, por outro, um tensionamento interno muito grande para o retorno das atividades. Politicamente, avaliamos que essa greve colocou o sindicato numa condição de protagonista de diversas lutas, o que conseguiu agregar muito a categoria. No que diz respeito à nossa pauta, conseguimos avançar em alguns pontos que não eram referentes aos salários, como a regularização do auxílio saúde, a manutenção dos aposentados na folha de pagamento da Uern, a luta com os demais servidores contra o pacote de maldades do governo estadual – através da qual conseguimos barrar alguns ataques aos servidores em gera. Em relação à nossa pauta principal, que era salário em dia, não tivemos nenhuma proposta de negociação do governo. Então, encerramos a greve com alguns ganhos da pauta, com o fortalecimento político do sindicato, mas com relação ao atraso salarial e calendário de pagamentos, é importante destacar que o governo não negociou”, explica.
Rivânia ressalta que os docentes darão continuidade a todas as atividades pensadas pelo comando de greve. “Começamos nessa semana, com uma atividade nos bairros aqui de Mossoró, a Aduern nos Bairros, para dialogar com a população o papel da Universidade Pública e a importância dessa universidade pública para a comunidade. Vamos continuar pressionando o governo para negociar o pagamento de salários e estamos coletando apoio de de entidades e parlamentares para encaminhar ao governo. Daremos continuidade a todo o processo de luta que estava pautado, independente de estarmos em greve ou não”, completou.
Calendário Acadêmico
A direção da Aduern SSind. remeterá a decisão da categoria para a administração da universidade, a qual nos próximos dias deverá realizar os trâmites burocráticos e apresentar um novo calendário acadêmico com as datas do semestre que se iniciará.
*Com edição do ANDES-SN
Fonte: Aduern SSind – 16/03/2018

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